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29 de mai. de 2012

Yes, nós temos Reinaldo Azevedo



Duas expressões do território do sagrado se confrontaram nesta segunda-feira nas redes sociais: a falsa e a verdadeira. De um lado, Luiz Inácio Lula da Silva, o falso sagrado; de outro, a Constituição da República Federativa do Brasil, o verdadeiro. De um lado, a mistificação, a empulhação político-ideológica, a mesquinharia travestida de força popular; de outro, os fundamentos do estado de direito, da democracia e da liberdade.
De um lado, o vale-tudo que está na raiz das ditaduras, da violência institucional, do mandonismo; de outro, as instituições. De um lado, a lógica dos privilégios, da inimputabilidade, da impunidade; de outro, o triunfo da igualdade perante a lei, que faz de Lula um homem como outro qualquer.
E EU LHES DIGO: DESTA FEITA, E NÃO TEM SIDO ASSIM TÃO USUAL, O BEM TRIUNFOU SOBRE O MAL; a legalidade rechaçou o arbítrio; a democracia repudiou a vocação tirana.
Nas redes sociais, os porta-vozes das trevas gritavam: “Não toquem em Lula, ou haverá rebelião popular!”. E uma autêntica rede da legalidade tecia a sua teia para gritar em uníssono: “Demos a Lula, segundo os limites da lei, o direito de governar o país por oito anos, mas não lhe entregamos a nossa honra, a nossa dignidade, a nossa liberdade!”. De um lado, em suma, um passado que não quer passar vociferava: “Ele é intocável!”. Do outro, com voz ainda mais potente, ouvia-se a resposta: “Intocável é a Constituição da República Federativa do Brasil”!.
E a luz se impôs sobre as trevas.
Eles bem que tentaram. Os falsos perfis e os robôs atuaram com força inédita nas redes sociais, buscando dar o tom do debate, “trollando” os que ousavam manifestar uma voz divergente, molestando os adversários, atacando-os com a brutalidade oficialista, cavalgando as mentiras de sempre, esgrimindo as generalizações mais grosseiras, ressuscitando os preconceitos mais rombudos. Mas nada conseguia disfarçar o real propósito de sua ação. Ali estava uma súcia encarregada de defender bandidos, de amparar malandros, de endossar larápios, de apoiar ladrões de dinheiro público e ladrões da institucionalidade.
Lula tentou roubar do Brasil e dos brasileiros aquilo que não o faz especialmente rico, mas que nos deixa pobres como nação, como país, como povo: o império da lei. Lula tem tentando reescrever o passado à custa do futuro. A constatação indeclinável e a verdade inescapável é que um país que deixe impunes os mensaleiros estará assinando um compromisso com a fraude, com a mentira, com a empulhação, com a roubalheira. Um país que — desta feita sim, com a devida condenação legal — não meta algemas nos pulsos desses malandros estará condenando a si mesmo ao atraso, ao vexame, à ignomínia.
Há muito Lula ultrapassou o limite do aceitável, com seus discursos bucéfalos, com suas escandalosas falsificações da história; com sua vocação para mentir sobre o próprio passado e o passado do país; com sua disposição para empenhar o futuro em nome de arranjos presentes; com sua disposição para acomodar interesses subalternos; com sua inclinação para lavar a reputação, por mais suja que fosse, de quantos lhe prestassem vassalagem e sujar a biografia, por mais limpa que se mostrasse, de qualquer um que ousasse enfrentá-lo. Há muito Lula escandaliza o bom senso com sua incrível capacidade de amordaçar o debate, reduzindo-o a um mero arranca-rabo de classes — já que “luta de classes” é debate para gente com mais preparo intelectual do que ele, ainda que equivocada —, enquanto, que espanto!, se beneficia dos privilégios que ele e os seus concederam e concedem a alguns eleitos da República. Não por acaso, em 2011, num ano não eleitoral, empresas doaram a seu partido mais de R$ 50 milhões! Essa é a República de Lula, que faz da concessão desses privilégios um ato de resistência ideológica.
Dada a condescendência com que sempre foi tratado, pouco importava a besteira que dissesse ou fizesse, Lula foi criando balda. Com o tempo, até ele próprio acreditou que, de fato, era o Lula criado pela máquina de propaganda e endeusado pela súcia de “funcionários” do partido. Com o tempo, ele passou realmente a acreditar que era aquela figura mágica que recebe títulos de doutor honoris causa às baciadas. Com o tempo, imaginou que o Brasil inteiro cabia naquela sala de professores e reitores áulicos, que se dispunham a lhe entregar tudo, muito especialmente a honra. E partiu, então, para o gesto tresloucado: chantagear um ministro do Supremo Tribunal Federal, depois de ter molestado, ainda que com sua famosa e falsa candura, alguns outros.
Desta feita, no entanto, deu tudo errado. Um valor mais alto se alevantou. O verdadeiro se impôs sobre o falso. Acabou a era do bezerro de ouro. Ou Lula se submete à Constituição ou diz na cadeia por que não. Este país, como estado, adora um único Deus: a Constituição!
Chega, Lula!
Chega de Lula!
Lula já era e não quer que o Brasil seja!

Análise notável


Do blog Coturno Noturno:

O chantagista chantageado

Ele foi o mentor do Mensalão, não aquele outro bandido das duas caras. Ele não esteve no quarto ao lado, muito antes pelo contrário: esteve dentro do quarto, esticado na cama, negociando os valores. Quando explodiu o escândalo, a quadrilha foi prática, como qualquer outra quadrilha. Se Fernandinho Beira-Mar é o chefe e, lá de dentro da prisão, continua a comandar o crime organizado, imaginem um supremo mandatário, leve, livre e solto, dentro de um Palácio? Ninguém foi preso no Mensalão. Alguns perderam os anéis, jamais os dedos. Mas havia um pacto. Se protegessem o chefe, este, nos anos de comando máximo do país, apagaria todas as provas e faria anistiar todos os crimes. O tempo foi passando e apareceu um câncer no meio do caminho. Tendo em vista os últimos acontecimentos, se ruim para a pessoa e respeitando-se todos os limites da comiseração humana, bendito câncer para o Brasil. Atropelado pelos prazos, o chefe também atropelou as regras do jogo. Pressionado pelas promessas que fez aos cúmplices, saiu fora do juízo normal. Os cúmplices também fazem chantagem, pois passaram quase oito anos afastados das luzes e arrastados na lama para proteger o mentor, o guru, o líder. Querem reciprocidade ou, talvez, seja mais proveitoso em termos penais que contem a verdadeira história. Uma delação premiada no julgamento do mensalão não está descartada. Uma ou mais. Os compromissos cessarão com o fracasso do chefe em resolver o Mensalão com um dedaço. Afinal de contas, este era o pacto. O chantagista está sendo chantageado. A quadrilha está brigando nos bastidores. Há risco de um motim, pois todos querem salvara a própria pele. Que o STF, a Imprensa e a Democracia resistam. Que o Brasil possa livrar-se, de vez, desta sofisticada organização criminosa que tomou conta do país.

26 de mai. de 2012

Child in Time

Deep Purple - Live 1970


Sweet child in time you'll see the line
The line that's drawn between the good and the bad

See the blind man shooting at the world
Bullets flying taking toll

If you've been bad, Lord I bet you have
And you've been not hit by flying lead

You'd better close your eyes and bow your head
And wait for the ricochet

.........................................................................

Doce criança
no tempo,
você verá a fronteira
a fronteira que foi traçada entre o bem e o mal

Veja o cego homem atirando no mundo
Balas voando, provocando consequências

Se você tem sido mau, Senhor eu aposto que sim
E você não foi ferido por uma bala perdida

É melhor você fechar seu olhos e abaixar sua cabeça
E espere o ricochete

A China, como vista pela Senadora Katia Abreu



A China é logo ali

Para conquistar o maior cliente mundial, nossa agenda com os chineses pode e deve ser agressiva 

A CHINA impressiona. E a primeira boa impressão que tive, em recente visita àquela potência econômica, foi a de que os chineses são eficientes, objetivos, profissionais, aceitam pautas desafiadoras e estão de portas abertas para o Brasil. Tudo isso, mas não só isso: lá, crescer é uma decisão política.

Não é difícil compreender a essência da China dos dias de hoje, em que a reestruturação da economia e o enriquecimento do país é uma tarefa central para seus executivos e seus governantes. As autoridades chinesas pressentiram que, com 1,3 bilhão de habitantes, não é possível um país permanecer estável, ser internacionalmente influente, se não alcançar um processo robusto e equilibrado de desenvolvimento.

Há uma impetuosidade na busca do crescimento e do progresso. Por onde se anda é visível que o país está mudando a economia, combatendo a pobreza, transferindo a população do campo para cidades planejadas, distribuindo a riqueza, usando mão de obra própria e, ao mesmo tempo, importando inovação e tecnologia de qualquer lugar do mundo. O resultado é surpreendente.

O que se vê, além da ousadia dos seus dirigentes, é o senso de urgência do país, mas os bens coletivos -estradas, ferrovias, portos, aeroportos, estações- são monumentos à modernidade e projetados para o futuro.A estratégia de charme da China se tornou ostensivamente material: arquitetura arrojada, intervenções ambientais radicais, urbanismo furioso e determinado -essa é a cara da "nova China".

Da "velha China" ainda resta o modelo híbrido de socialismo político e capitalismo econômico que, à primeira vista, acaba passando a ideia de que é uma virtude a combinação de autoritarismo e prosperidade. Não é. O país ainda paga um alto preço humano pela ausência de liberdade e pela dificuldade do regime em lidar com críticas, com a imprensa livre e com a organização da sociedade civil.

A economia chinesa está baseada no centralismo político com planejamento estatal, por isso o protecionismo é uma constante. Se a nossa indústria sofre, o setor agropecuário brasileiro não enfrenta grandes barreiras, pois temos escala, tecnologia e competitividade.

Nossa agenda com os chineses pode e deve ser agressiva. Eles precisam -e muito!- do alimento produzido no Brasil. Basta ver que mais de 30% das exportações do agronegócio brasileiro para lá são dirigidas.

Paz e competição formam o lema chinês. Por isso, é notória a ligação entre a diplomacia política e a diplomacia comercial. Os países que mais fazem negócios com a China são os que estão dispostos a viver a vida em mandarim. O que vimos em todos os momentos, em nossa viagem, foi uma forte presença de empresas europeias e norte-americanas no país, embaixadas com centenas de funcionários, mostrando que não importa a distância para ser "amigo íntimo" da China.

A imagem do Brasil -"o país do café"- e seus produtos, especialmente os agrícolas, é boa, mas claramente insuficiente. A pauta focada em poucos produtos e sem desdobramentos internos na direção da criação de marcas e produtos sino-brasileiros limita -e até esconde- nossa presença.

A compreensão recíproca das limitações é notória, ou seja, a China dá grande importância ao desenvolvimento das relações com o Brasil, mas percebe-se que não há relação estratégica sólida. Por enquanto, o "negócio da China" tem sido bom apenas para os chineses -e para algumas poucas empresas.

É preciso que o Brasil fortaleça o intercâmbio e a presença para aumentar a confiança e promover a cooperação. Aumentar os canais de comunicação e os mecanismos de consulta, buscando sempre o diálogo direto, é a melhor forma de conhecer os chineses.

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) entendeu e aceitou esse desafio. Até o final deste ano, estaremos com nosso escritório em Pequim, representando a agropecuária, que reúne as melhores vantagens competitivas para conquistar o maior cliente do mundo. A China é logo ali.

22 de mai. de 2012

Pelo julgamento do Mensalão


Vamos desequilibrar! Há um cabo-de-guerra (aquela corda com um grupo puxando de cada lado) entre quem aposta no vale-tudo e quem deseja uma evolução ordenada. 
É hora de fazer as Instituições saberem a quem devem obedecer!
Assine a lista; divulgue!

19 de mai. de 2012

Cirurgia pioneira recupera movimentos das mãos de tetraplégico


Transferência nervosa só funciona em casos de lesões específicas.

Paciente recuperou o movimento de pinça dos dedos

Um tetraplégico americano recuperou os movimentos das mãos depois de uma cirurgia pioneira, apresentada nesta terça-feira (15) por um estudo publicado pela revista científica “Journal of Neurosurgery”. A técnica revolucionária, no entanto, só pode ser usada em casos específicos.

O homem de 71 anos ficou tetraplégico em 2008, após um acidente automobilístico. A lesão da coluna aconteceu na altura da última vértebra do pescoço, que recebe o nome “C7”, por ser a sétima vértebra. Como os sinais do cérebro para o corpo são transmitidos pela coluna, ele perdeu os movimentos abaixo dessa altura.

  
Para as pessoas que se machucaram mais acima, ao longo do pescoço, da vértebra C5 até a C1, uma cirurgia como essa provavelmente não serviria para restaurar a função da mão e do braço, disseram os médicos.

No entanto, alguns nervos que vão para os braços vêm da coluna acima da C7. Por isso, o paciente conseguia mover os ombros, os cotovelos e os punhos – com limites.

Os pesquisadores da Universidade Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, conseguiram ligar esses nervos que chegam até os braços a outros nervos, que vão até os dedos.

Essa cirurgia de ligação entre os nervos, chamada de transferência nervosa, levou os sinais do cérebro de volta à mão do paciente e, assim, fez com que ele recuperasse o movimento de pinça.

"Esta não é uma cirurgia particularmente cara ou complexa demais", disse a autora principal do estudo, Susan Mackinnon, que fez a cirurgia.

Foram necessários oito meses de tratamento depois da cirurgia para que o paciente pudesse movimentar os dedos polegar, indicador e médio da mão esquerda. Dois meses depois, ele conseguiu mover também a mão direita.

Chris Squire

Hold Out Your Hand & You By My side

14 de mai. de 2012

Documentário histórico: "Senta a pua!"


A redação da Mariana, abaixo, diz melhor do que eu próprio poderia fazê-lo, do conteúdo e valor desse filme. O título do post não é pompa: é precisão.


"Colégio Brigadeiro Newton Braga
Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2000
Aluna: Mariana Cardozo Simas Turma 806
Redação sobre o filme Senta a Pua!”

Senta a Pua!

Estamos no ano 2000. Tenho 14 anos de idade. Um dia, como outro qualquer, a escola nos fez um convite; assistir a um filme; um documentário sobre a 2ª guerra mundial. Devo confessar que foi apenas um pretexto para passar uma tarde fora.
Quando a fita foi passando, sem dar conta, foi tomando a minha atenção. Eram depoimentos de homens que, a princípio, me pareciam comuns, como o meu avô.
Aqueles senhores contavam histórias, vividas por eles, com a voz presa e lágrimas nos olhos.
As lembranças eram relatadas de tal forma, que eu podia vê-las em seus rostos. Como se neles, outra fita estivesse sendo projetada. Como mágica.
Falavam das missões, dos riscos, dos medos. Quanto aos medos o que mais me impressionou nos relatos, foi o fato de que, muito mais do que temer a morte, eles temiam a necessidade de matar. Alguns contaram como viram amigos serem feridos, mutilados e mortos. Mal pudia tirar os olhos da tela, e muitas vezes me transportava a 1944, como se pudesse protegê-los, caso lá estivesse.
Ao término do filme, saímos do cinema maravilhados. Nossos comentários eram unânimes: "me amarrei...", "chocante", "muito bom"... Não sabíamos que a surpresa maior estaria do lado de fora. Eram alguns dos militares que fizeram parte do filme, ao vivo e a cores, falando com os alunos, respondendo a perguntas, com a mesma emoção que eu havia visto no filme. A emoção tomou conta de mim de tal forma que corri até eles e pedi autógrafos como uma "tiete" de uma banda de rock. Eles eram exatamente o que eu vi no filme, senhores, velhinhos, vovozinhos, que provocaram em mim um desejo enorme de abraçá-los, acariciar suas cabeças branquinhas e lhe s dizer: "Agora está tudo bem, você voltou, está em casa, eu vou cuidar de você, não precisa mais chorar, e sim ter orgulho por ter cumprido seu dever, representando bravamente seu país. Sei que as cicatrizes do corpo e da alma jamais sumirão, mas sejam felizes, porque hoje, no ano 2000, alguém de apenas 14 anos, na humilde pretensão de amenizar de alguma forma as tristes lembranças, tem o orgulho de poder dizer a todos vocês "muito obrigada", o Brasil se orgulha de vocês."


(indicado pela amiga historiadora V. Silveira)

Vida dura... mas ao som de Beethoven

13 de mai. de 2012

Entrevista com Emilio Palacio, jornalista equatoriano exilado em Miami


Ex-editor de opinião do jornal El Universo, do Equador, foi condenado em 2011, junto com três executivos do veículo, em um processo judicial movido por Rafael Correa, presidente do país. Palacio recebeu uma pena de três anos de prisão e uma multa de 40 milhões de dólares. Ele foi punido por desmascarar a tosca tentativa de Correa de transformar uma greve de policiais em uma fracassada tentativa de golpe contra seu governo.

Por que Correa o processou?

Além de criticar a atuação do presidente na greve da polícia, há dois anos, divulguei um vídeo que contesta a versão dele sobre o episódio. Quando os promotores públicos — que, no Equador, servem aos interesses de Correa — me pediram que revelasse o autor do vídeo, fiz o que qualquer jornalista faria: preservei a fonte, e hoje estou pagando por isso.

O que há de errado na postura de Correa?

Sou um jornalista e sei que muita gente me insulta por não gostar das minhas opiniões. Da mesma maneira, um presidente deve compreender que muitos não concordarão com suas políticas e farão críticas a seu governo. Mas a maneira como Correa reagiu ao meu caso foi desproporcional. Ao se sentir ofendido, ele me processou criminalmente. Queria me ver atrás das grades. Tentou destruir minha família e me levar à falência, ao conseguir que a Justiça me impusesse uma multa de 40 milhões de dólares. Tudo o que tenho são uma casa financiada e minhas economias como jornalista. Isso é pura perseguição política. O presidente quer me eliminar e me fazer de exemplo para que outros jornalistas não investiguem sua gestão.

Há censura no Equador?

Correa tem conseguido que os diretores de jornais evitem publicar textos que possam ser considerados negativos. Também fez com que os repórteres passassem a temer um destino igual ao meu e deixassem de propor matérias investigativas. O objetivo de Correa é usar o poder estatal para espalhar o terror na imprensa.

Em fevereiro, Correa anunciou que o perdoa. O senhor já pode voltar ao Equador?

Não posso. Há outros processos contra mim que não foram anulados.

Outros governos da América Latina, como o da Argentina e o da Venezuela, criaram leis para censurar a imprensa. O que elas têm em comum?

Antigamente, os generais das ditaduras militares não se preocupavam com a opinião pública e simplesmente assassinavam os jornalistas. As agressões à liberdade de expressão hoje são baseadas em outra estratégia. São feitas em nome de causas como a da justiça social, dos pobres, do socialismo, dos trabalhadores. Infelizmente, muitos caem nessa história, usada apenas como uma lona para encobrir perseguições. Ao contrário das ditaduras militares de direita, os governos autoritários de esquerda sempre justificaram a repressão à liberdade de expressão com historinhas, mitos e teses sociológicas. A brutalidade só não é maior porque a situação não permite. É impossível que um crime seja mantido em segredo absoluto atualmente.

O senhor é de direita?

Sempre fui de esquerda. Critiquei vários governos anteriores ao de Rafael Correa. Eram todos de direita e me odiavam.

Entrevista com Antônio Fernando de Souza, ex-procurador-geral da República


Veja: Em 2006, o então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, transformou em réus quarenta petistas e aliados. Eles operavam o que foi caracterizado na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal de “sofisticada organização criminosa”, encabeçada pelo ex-ministro José Dirceu. Agora, com a proximidade do julgamento, o ex-chefe do Ministério Público afirma que a tentativa de negar a existência do mensalão é uma afronta à democracia.

O senhor sofreu pressão para não apresentar a denúncia do mensalão?

Não. Minha postura reservada sempre inibiu qualquer atitude desse tipo. Nunca assumi nenhum compromisso com as autoridades que me procuraram. Fiz meu trabalho da forma mais precisa e célere possível. Tinha 100% de convicção formada. Conseguimos fazer a relação entre os fatos e montamos o quebra-cabeça do esquema, tudo em cima de documentos, de provas consistentes.

O PT tem se dedicado a difundir a versão de que o mensalão não passa de uma farsa…

Chamar esse episódio de farsa é acusar o procurador-geral e os ministros do Supremo de farsantes. Dizer que aqueles fatos não existiram é brigar com a realidade, é querer apagar a história. Esse discurso não produzirá nenhum efeito no STF. Os ministros vão julgar o processo com base nos autos. E há inúmeras provas de tudo o que foi afirmado na denúncia. Depoimentos, extratos bancários, pessoas que foram retirar dinheiro e deixaram sua assinatura.

O senhor se sente incomodado com isso?

Na democracia, todas as pessoas estão sujeitas à fiscalização, ao controle, à responsabilização, e há órgãos dispostos a isso. Não serão os partidos políticos nem seus dirigentes que vão dizer o que é crime e o que não é crime. Quando eles querem transmitir um ar de que não aconteceu nada, estão indo para o reino da fantasia. Negar a existência do mensalão é uma afronta à democracia.

Como o senhor vê as afirmações do atual procurador-geral, Roberto Gurgel, de que está sofrendo ataques de mensaleiros com medo do julgamento?

Se ele fez essa acusação, preciso admitir que tem elementos para justificá-la. A CPI está se preocupando com um assunto que não tem relevância para o seu trabalho. O procurador-geral avaliou que a Operação Vegas não produziu evidências suficientes para pedir indiciamentos, mas não arquivou o inquérito - inclusive a pedido da Polícia Federal - para não prejudicar o andamento das investigações da Operação Monte Carlo. E a estratégia se mostrou bem-sucedida.

Está comprovado que o PT utilizou dinheiro público no mensalão?

Quem vai fazer esse juízo é o Supremo. Da perspectiva de quem fez a denúncia e acompanhou o processo até 2009, digo que existe prova pericial mostrando que dinheiro público foi utilizado. Repito: há prova pericial disso. E o Supremo, quando recebeu a denúncia, considerou que esses fatos têm consistência.

O ex-ministro José Dirceu afirma que o senhor o apontou como chefe de uma organização criminosa para se vingar do fato de ele nunca tê-lo recebido na Casa Civil.

Nunca tive nenhum interesse em falar com ele. A minha escolha como procurador-geral foi feita pelo presidente da República. Uma denúncia é formalizada somente se há elementos probatórios sobre uma conduta criminosa. Sentimentos pessoais não entram em jogo. Tudo o que se fala em relação à conduta dessa pessoa tem se revelado verdadeiro na prática. Reduzir uma denúncia dessa gravidade a uma rusga do procurador-geral é quase risível.

Como o senhor vê essa tentativa de usar a CPI para desviar o foco do julgamento do mensalão?

É normal que quem está denunciado fique tenso às vésperas do julgamento. O julgamento no Supremo Tribunal Federal é uma decisão definitiva. Vivemos num país democrático, num estado de direito. O Supremo jamais faria um justiçamento, vai fazer um julgamento. Tem prova, tem condenação; não tem prova, não tem condenação.

O que o senhor achou da iniciativa de alguns parlamentares de tentar usar uma CPI para investigar a imprensa?

A imprensa não faz processo penal, a imprensa dá a notícia, dá a informação. Parece mais um meio de desviar a atenção do inquérito fundamental.

Os acusados tentam reduzir o caso a um crime eleitoral. É uma boa estratégia?

A referência que fazem é que a movimentação de dinheiro tinha origem em caixa dois de campanha. Do ponto de vista ético e jurídico, isso não altera nada. Quando há apropriação do dinheiro público, não é a sua finalidade que vai descaracterizar o crime. No processo do mensalão, temos imputação de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva, ativa, peculato, evasão de divisas, quadrilha, falsidade ideológica. Crimes assumidamente confessados. Eles não podem deixar de admitir.

O governo passado indicou a maioria dos ministros que, agora, vão julgar muitos de seus aliados. Isso pode influir de alguma maneira no resultado?

Uma pessoa, quando aceita ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, sabe das responsabilidades que tem e vai cumpri-las. Toda a sociedade espera um julgamento justo e correto. Que esse processo sirva para o amadurecimento da democracia.

Ela

(clicar)








12 de mai. de 2012

Eles

(não deixe de clicar para ampliar...)









(encontrados por L J Maia)

Artigo da Senadora Katia Abreu, hoje, FSP


Feijão e arroz interessam a todos, assim como água limpa e ar puro (Rolf Kuntz, 8/5/2012, no site "Observatório da Imprensa"). Mas esses dois lados não recebem o mesmo peso nas avaliações dos formadores de opinião. Predomina o enfoque da preservação ambiental em detrimento da produção de alimentos. 

A proteção do ambiente é, hoje, uma preocupação de todos os seres humanos e vemos com alívio que governos, empresas e consumidores estão mais conscientes de que os recursos da Terra devem ser explorados de modo sustentável. No Brasil rural não é diferente - basta observar os índices cada vez menores de desmatamento e o desenvolvimento de técnicas avançadas como a agricultura de baixo carbono. 

No entanto, também é importante que os países produzam mais alimentos para um mundo desigual, em que atualmente 900 milhões de pessoas passam fome, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). 

Lamentavelmente, essa triste realidade não é considerada pela utopia ambientalista, que tenta separar o inseparável, como se possível fosse discutir ambiente sem considerar o econômico e o social. Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país?  Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental. 

Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor. Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares. 

O Código Florestal não foi construído para agradar a produtores ou ambientalistas, mas, sim, para fazer bem ao Brasil. Agora, está nas mãos da nossa presidente, a quem cabe decidir, imune a pressões, o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da sua gestão. A utopia ambientalista, no entanto, não respeita a democracia política, muito menos a economia de mercado. 

Há líderes do movimento verde que pregam abertamente um Estado centralizado, com poderes para determinar a destinação dos recursos, da produção e até mesmo do consumo. Nesse tipo de sociedade autoritária, não há lugar para a liberdade e para as escolhas individuais. Salvam a natureza e reduzem a vida humana à mera questão da sobrevivência física. 

Mas slogans fáceis e espetáculos midiáticos não podem ofuscar a eficiência da agropecuária verde-amarela. O Ministério da Agricultura acaba de divulgar os dados do primeiro quadrimestre de 2012. Exportamos US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Nunca é demais lembrar que o agro exporta somente 30% de tudo o que produz. E, para isso, usa apenas 27,7% do território, preservando 61% com vegetação nativa. Qual país do mundo pode ostentar uma relação tão generosa entre produção e preservação?

Os ambientalistas, em sua impressionante miopia, ainda cobram que a agropecuária deva elevar a produtividade. Nos últimos 30 anos, com apenas 36% a mais de área, a produção de grãos cresceu 238%! Eles não consideram que os índices brasileiros já são elevados e que aumentos são incrementais. Exigem maior produção em menor área, mas condenam sistematicamente as plantas transgênicas, o uso de fertilizantes químicos e de defensivos contra pragas e doenças, pregando a volta dos velhos métodos tradicionais herdados de nossos avós. 

É fundamental que o novo Código Florestal garanta segurança para que o país continue produzindo o melhor e mais barato alimento do planeta. É inaceitável que o Brasil abra mão da sua capacidade produtiva, deixando de contribuir plenamente para a redução da pobreza, já tendo a maior área de preservação do mundo.

11 de mai. de 2012

A fronteira final do Hubble


Se você tiver tempo (47 min), este vídeo lhe dará uma visão completa da história e da atividade do Telescópio Espacial Hubble que é, sem dúvida, uma das mais importantes realizações da ciência humana. 

10 de mai. de 2012

Igualdade de gênero


(Reprodução de post do blog do Ten Cel Rodrigues do Carmo)

Nos últimos tempos o tema mais vivo deste blog tem sido o sexo.

Resumindo o que é possível resumir, uns (entre os quais eu) dizem que homens e mulheres são naturalmente diferentes, que encaram o sexo de forma diferente, que têm preferências diferentes (sexuais e não só), abordagens diferentes, e que tudo isso é natural; isto é, resulta da sua própria natureza. Outros garantem que essa diferença é exclusivamente cultural e que o progresso, ou a evolução (note-se a valoração positiva das palavras) estão não só a libertar a mulher, o que é verdade, como a fazer com que as suas preferências e escolhas se tornem indistinguíveis das dos homens, o que é mentira.

Esta curiosa teoria a que chamarei "progressista", assenta em dois pilares fundamentais:

-O conceito da Tábua Rasa, ideia antiga, mas retomada nos meios da extrema-esquerda, de que tudo é construção cultural e que as predisposições genéticas são quase irrelevantes.

-A teorização da chamada Escola de Frankfurt.
Esta escola de pensamento, que recolheu a herança de marxistas como Gramsci e Lucaks, agregou intelectuais marxistas de renome como Marcuse, Adorno, Walter Benjamin, etc, e focou-se especialmente na cultura.

Os marxistas verificavam que o proletariado não se tinha revoltado na Europa, como Marx tinha predito, e a razão só podia estar nos inadequados valores culturais. Tal como Marx, chamavam a este conjunto de valores "ideologia", e consideravam-nos deliberadamente construídos para perpetuar (hegemonia cultural) a exploração capitalista. É famosa a questão retórica que Lucaks se colocou e que exprime bem esta ideia: “quem é que nos salva da cultura ocidental?

A resposta foi dada pela Escola de Frankfurt: criticar (Teoria Crítica), questionar, desconstruir e derrubar as instituições culturais do ocidente que estavam no caminho da revolução comunista, nomeadamente a família, o papel das mulheres e dos homens em sociedade, etc. 
Não é por acaso que Herbert Marcuse, que se tinha apoderado do conceito freudiano de “repressão sexual” para demonstrar o controle do capital sobre as massas, por via da "família burguesa", se tornou um dos incensados ícones dos movimentos pela paz e pelo "amor livre", que floresceram nos idos de 60, nos EUA e que culminaram em Woodstock.

O motor desta desconstrução estava, como não podia deixar de ser, numa remasterização do conceito da luta de classes. Uma vez que a classe operária não estava a assumir a sua missão histórica e, na verdade, parecia razoavelmente acomodada ao capitalismo, havia que gerar novos indignados capazes de servir de rastilho à revolução. Este processo continua, hoje, a ser o modus faciendi da esquerda moderna, a chamada New Left. Os novos "explorados"  e "oprimidos" eram as minorias raciais, os povos do 3º mundo, os homossexuais, os muçulmanos, enfim, qualquer grupo humano que pudesse e possa ser credor de um capital de injustiça, real ou imaginário. E as mulheres, claro, que tinham vastas razões para não estarem satisfeitas. Marcuse chegou a escrever que se as mulheres se rebelassem, o fato de serem mais de 50% da população asseguraria a destruição do capitalismo.

E foi assim que surgiu um novo tipo de feminismo, já bem afastado do feminismo anterior, assente na reivindicação de direitos políticos. Este novo feminismo, instrumentalizando a luta das mulheres pelos seus direitos, apostava na eliminação de todas as diferenças, e daí a adaptação natural e quase automática da "tábua rasa".

Assim, para os "progressistas", todas as diferenças são construções sociais que devem ser combatidas, porque fazem parte da hegemonia cultural capitalista.

Não existem raças, não existem homens, não existem mulheres, apenas pessoas iguais, sendo que as diferenças são apenas papéis impostos pelas imposições burguesas.

Nada é inato, tudo é construído e tudo pode, e deve, ser desconstruído.

Marcuse chegou até a escrever que ser verdadeiramente tolerante implicava ser intolerante com toda e qualquer narrativa que salientasse diferenças, entre culturas, entre sexos, entre etnias, entre pessoas.

Esta ideologia, hoje conhecida por "politicamente correto", é, como vimos, basicamente marxismo cultural. E, como Marcuse preconizou, qualquer pessoa que realce diferenças inatas, é, de imediato, quase por reação pavloviana,  classificado como xenófobo, racista, machista, fascista, retrógrado, etc.

Se bem que alguns considerem isto "doutrina", é importante conhecer esta base, porque muita gente, sem ter a mínima ideia da razão pela qual alimenta determinadas crenças, defende com unhas e dentes, como cristãos novos, os conceitos que lhe foram sendo sutilmente implantados por décadas de propaganda e guerra cultural.

O debate que tem estado a acontecer neste blog situa-se nesta clivagem e é,  também por isso, interessante.

Voltando à realidade, se olharmos à nossa volta, facilmente nos apercebemos que as pessoas não são iguais, nem querem a mesma coisa. As mulheres têm preferências e gostos diferentes dos dos homens, há pessoas pretas, amarelas, brancas, etc, há quem tenha talento para umas coisas e outros não, há culturas piores do que outras, etc. Ou seja, a realidade questiona em cada momento, de forma ostensiva, a doutrina do marxismo cultural.

A resposta dos seus defensores, quando forçados a reconhecer as diferenças, é a de que é preciso avançar mais, é preciso "evoluir", "progredir",  erradicar a velha cultura, etc. Só assim se atingirá a perfeita igualdade.

Antes de prosseguir, um pequeno disclaimer: considero que as mulheres, em quase todas as culturas, foram tratadas invariavelmente como objetos e seres de 2ª categoria. As civilizações nascidas no Crescente Fértil (cristianismo, islamismo e judaísmo), que são as que conheço melhor, sempre olharam para a mulher como uma encarnação do demônio, como uma serpente, como um ser irracional, enfim, como um perigo para a ordem racional, masculina, como tacitamente  se admitia.

E, uma vez que a mulher é, regra geral, fisicamente mais fraca e produz menos testosterona, não foi (nem é) difícil subjugá-la, como prova a História e como se demonstra atualmente nos países muçulmanos, na China, etc.

Há também uma característica feminina que torna este processo mais fácil: de um modo geral, as mulheres tendem a acomodar-se a situações que, muito provavelmente, suscitariam a revolta violenta dos homens. E a assumir como suas e virtuosas, perpetuando-as, as mais estranhas restrições. Na China, deformavam os pés, para acomodá-los aos ditames da moda, noutras latitudes deformam o pescoço esticando-o com argolas sucessivas, excisam os genitais, aceitam andar pelo mundo com burcas, sofrem na carne para adaptar as formas do seu corpo a ideais andróginos, etc. Há aqui certamente um campo de estudo.

O feminismo teve e tem muitos defeitos, principalmente desde que foi sequestrado pelo marxismo cultural, mas obteve essa fantástica vitória de, nas sociedades ocidentais, libertar a mulher da subalternidade e de algumas dessas restrições. As nossas mulheres podem hoje, fazer as suas escolhas em razoável liberdade e segurança,  e isso não foi concedido, mas conquistado. E dificilmente voltará a ser perdido, porque os homens da nossa civilização aprenderam a respeitar as diferenças e a tirar o melhor partido delas.

O problema, para a visão "progressista",  é que as mulheres, em completa liberdade, não escolhem ser homens, isto é, não escolhem as coisas que as feministas antigas consideravam ser natural que escolhessem.

Ainda hoje, as mentalidades "progressistas", entendem que uma mulher verdadeiramente livre é aquela que faz as coisas da mesma forma que o homem, naquilo que é uma reafirmação disfarçada de superioridade e paternalismo.

No princípio, as mulheres empenhadas faziam essas escolhas ostensivamente masculinas. Usar calças, fumar, andar de tronco nu, não usar soutien, tentar a promiscuidade sexual, não se depilar, etc. Estas escolhas de combate, partiam do principio que os homens sim, eram verdadeiramente livres e que as mulheres, se também o queriam ser, tinham de fazer as mesmas escolhas.

O resultado foi que muitas mulheres pura e simplesmente, se forçavam a macaquear os homens, mesmo que intimamente não gostassem.

Todavia, com a paulatina consciência de si mesmas, as mulheres passaram a fazer as suas próprias escolhas, escolhas cada vez mais femininas, cada vez mais próximas dos chamados papéis culturais burgueses.

Um paradoxo!

vídeo deste link é fabuloso. Trata-se de um documentário, feito por um jornalista isento e que parte para o problema de forma completamente aberta.

O problema é o tal paradoxo: na Noruega, país considerado no topo da igualdade de gênero, as escolhas profissionais demonstram a mais profunda desigualdade. Maior, muito maior do que em países onde a mulher ainda luta por direitos iguais.

Na Noruega, elas tendem a escolher profissões de interação social, eles escolhem profissões técnicas. Face aos dados e às imagens, é impossível que alguém intelectualmente honesto, não questione determinadas "certezas".

A explicação é, para os investigadores referidos no documentário, autoridades de topo nos respectivos campos de estudo,  (um deles o professor Simon Cohen, de Cambridge-Trinity College- investigador na área do autismo e irmão do famoso ator Sacha Baron Cohen), que as mulheres têm, nesse país, liberdade para escolherem ser o que são e portanto escolhem culturalmente aquilo que a sua natureza lhes aponta. E o mesmo se verifica com os homens, embora isso não seja novidade.

Os investigadores verificam empiricamente que o gênero é um fator nas escolhas, mesmo em idades de tal modo precoces que a contaminação cultural é impossível.

Os chamados "investigadores sociais", dois dos quais pertencentes à nomenclatura cultural marxista, são entrevistados e, confrontados com as evidências, recusam-nas liminarmente.

Uma delas (Cathrine Egeland), diz mesmo que não está interessada em estudar as diferenças e, quando o jornalista lhe pergunta quais os estudos em que sustenta as suas convicções, gagueja (literalmente, vale a pena ver o vídeo) e acaba por dizer que tem apenas uma base teórica (refere-se obviamente às obras de Adorno e de outros intelectuais da escola de Frankfurt) .

Enfim, o vídeo explica as coisas bem melhor do que eu, e quem se resolver a visualizá-lo, verá que não só é muito interessante e agradável de ver, como clarifica o debate.

No fundo confirma aquilo que venho dizendo, isto é, que as diferenças são mais inatas que culturais, o que entra em choque direto com a visão "progressista" do mundo, segundo a qual  todos os indivíduos são exatamente iguais à altura do nascimento em termos de potencial de aptidões e preferências e que, evoluindo em ambientes exatamente iguais, as escolhas livres dos indivíduos conduziriam à paridade total independentemente do gênero, raça ou orientação sexual.

Uma vez que isso efetivamente NÃO se verifica, a conclusão dos marxistas culturais não é a de que a sua tese está errada, mas a de que os indivíduos não são realmente livres nas suas escolhas por estarem limitados por preconceitos. Uma vez que crianças recém-nascidas não podem ser acusadas de ter preconceitos, esta tese é extremamente difícil  de sustentar, pelo que ao defendê-la, os  "progressistas" estão claramente a firmar-se num preconceito. O preconceito de que somos todos iguais e que a natureza é aquilo que quisermos dizer que é.



6 de mai. de 2012

A Expedição Científica Rondon-Roosevelt (1913-1914)

Capitalismo contra a Jihad


por Mac Margolis

Há uma boa distância entre Lima, no Peru, e Tunísia, mas Hernando de Soto achou um atalho. Faltava apenas combinar o olhar apurado desse economista peruano com a Primavera Árabe. Agora, a dobradinha inusitada pretende repaginar a economia e talvez as relações sociais de boa parte dessa terra conflagrada com uma proposta tão absurdamente simples quanto ousada: capitalismo de mercado.

As ideias desse filósofo do desenvolvimento limenho, as Américas já conhecem. Em seus títulos pioneiros - O outro Sendero e O Mistério do Capital -, ele radiografou as economias do mundo emergente e concluiu que, para as sociedades com altas taxas de miséria e produtividade baixa, o remédio está na enfermidade.

Em vez de reles pobres e marginais, Hernando de Soto enxergou empreendedores frustrados submersos no mercado informal. A senha para sua redenção passa pela propriedade. Dê-lhes títulos legais para suas casas, carteira assinada e alvarás para conduzir seus negócios e sairão das sombras para oxigenar toda a economia.

Enfim, diriam os latino-americanos. Há anos, afinal, economistas avisam que sem a formalização não há salvação. No entanto, a ligação com a convulsão árabe é nova e reveladora. Para entendê-la melhor, Hernando de Soto foi ao epicentro, a Sidi Bouzid, a pequena cidade do interior tunisiano onde morava Mohamed Bouazizi, com quem tudo começou.

Foi esse jovem camelô de verduras e frutas que discutiu com fiscais locais, teve sua mercadoria confiscada e ainda levou uma tapa na cara de uma policial. Uma hora depois, cobriu-se de solvente e dedilhou um isqueiro.

Sua morte acendeu a Primavera Árabe, que já derrubou três ditadores. Seu martírio mobiliza desde a juventude islâmica, que viu no mascate tunisiano um jihadista matuto, até o movimento anticapitalista Ocupe Wall Street, que o elegeu como símbolo máximo. Todos erraram.

Soto foi à Tunísia buscar fatos. Bouazizi, descobriu o economista, não foi ativista. Mal acompanhava o noticiário e jamais teve militância política ou religiosa e dedicava-se a sustentar uma família de sete. Era, sim, um comerciante frustrado que, para não pagar propina aos fiscais, almejava uma licença da prefeitura para tocar seu negócio regularizado.

Sonhava em comprar uma caminhonete Isuzu, mas sem escritura registrada não tinha como oferecer sua casa como garantia de um empréstimo bancário. O confisco das autoridades o arruinou. "Era igual a um magnata de Wall Street que perde tudo e se joga do prédio", diz Soto.

Mohamed não queria a revolução, só a inclusão na economia de mercado. Assim como centenas de milhares de outros. Nas semanas após sua morte, outras 48 pessoas se imolaram. "Todos eram empreendedores informais. Também tiveram suas mercadorias apreendidas", diz Soto. "A Primavera Árabe é, principalmente, uma revolta econômica."

Bem antes do martírio, os lideres tradicionais árabes - reis, mulás e sultões - já pressentiam o perigo. Com milhões de súditos pobres e sem saída, quantos homens-bomba iguais a Mohamed existiriam em seus reinados? Por isso, os poderosos chamaram Hernando de Soto. A Primavera Árabe falou mais alto.

No momento, o economista peruano se debruça sobre o Egito. O ditador Hosni Mubarak foi-se e hoje a conversa é com a Irmandade Muçulmana. Os ironistas tomaram nota. O maior evangelista do capitalismo popular de mercado assessora o Islã fundamentalista que já pregou o fim o materialismo ocidental e a destruição das Torres Gêmeas.

Só que ambos sabem que a única forma de salvar uma geração de jovens desesperados é oferecer-lhes não a jihad, mas uma oportunidade. Riqueza não falta. Só no Egito a economia informal movimenta US$350 bilhões - quatro vezes mais do que a bolsa de valores do país.

Trazer à tona essa fortuna submersa seria um salto para esse país de 80 milhões de habitantes e um exemplo para o mundo emergente. No Peru, entre 1997 e 2010, o preço médio de uma casa de favela quadruplicou, graças à formalização da economia.

Não será fácil. Formalizar a economia esbarra em grandes lobbies e feudos incrustados, dos militares a empresários preferidos, que lucram com a burocracia que sufoca o restante. Mas deixar como está tampouco é viável. Senão, tudo pode acabar em cinzas.

A divulgar...



por Reinaldo Azevedo

Eu não gosto da expressão “passar a história a limpo”. Tem apelo inequivocamente totalitário. Fica parecendo que vivemos produzindo rascunhos e que a história verdadeira nos aguarda em algum lugar. Para tanto, teríamos de nos submeter às vontades de um líder, de uma raça, de uma classe ou de partido para atingir, então, aquela verdade verdadeira. A gente sabe aonde isso já deu. Nos milhões de mortos dos vários fascismos e do comunismo. Assim, não existe história a ser “passada a limpo”. Os países que alcançaram a democracia política, como alcançamos, têm é de lutar para tirar da vida pública os corruptos, os aproveitadores e os oportunistas. Isso é “passar a limpo”? Não! isso é melhorar quem somos. Não por acaso, antes que prossiga, noto que Luiz Inácio Lula da Silva é um dos herdeiros dessa visão totalitária supostamente saneadora — daí o seu mentiroso “nunca antes na história destepaiz“, como se fosse o fundador do Brasil.
A CPI do Cachoeira poderia ser — pode ser ainda, a depender do andamento, vamos ver — mais uma dessas oportunidades em que práticas detestáveis dos subterrâneos da política vêm à luz, permitindo punir aqueles que abusaram dos cofres públicos, das instituições e da boa-fé dos brasileiros. Ocorre que há uma boa possibilidade de que isso não aconteça. E por quê? Porque Lula está com ódio. Um ódio injustificado. Um ódio de quem não sabe ser grato. Um ódio de quem não encontra a paz senão exercendo o mando. É ele quem centraliza hoje os esforços para que a CPI se transforme num tribunal de acusação da Procuradoria Geral da República, do Supremo Tribunal Federal e da imprensa independente. E já não esconde isso de seus interlocutores.
A presidente Dilma Rousseff, cujo governo não é do meu gosto — e há centenas de textos dizendo por que não — já deve ter percebido (e, se não o percebeu, então padece de uma grave déficit de atenção política): o risco maior de desestabilização de seu governo não vem da oposição ou do jornalismo que leva a sério o seu trabalho. O nome do risco é Lula.
Ele quer se vingar. Mas se vingar exatamente do quê? Não há explicação racional para o seu rancor, como vou demonstrar abaixo. Já foi, sim, um elemento que ajudou a construir a democracia brasileira — não mais do que isto, friso: uma personagem que participou de sua construção. Nem sempre de modo decoroso. Em momentos cruciais, para fortalecer seu partido, atuou como sabotador. Mas o sistema que se queria edificar era mais forte do que a sua sabotagem. Negou-se a homologar a Constituição; recusou-se a participar do Colégio Eleitoral; opôs-se ao Plano Real; disse “não” às reformas que estão hoje da base da estabilidade que aí está… A lista seria longa. Mesmo assim, ao participar do jogo institucional (ainda que sem ter a devida clareza de sua importância), deu a sua cota. Agora que o regime democrático está estabelecido, Lula se esforça para arrastar na sua pantomima e na do seu partido alguns dos pilares do estado democrático e de direito.
Por quê? Seria seu senso de justiça tão mais atilado do que o da maioria? É a sua intolerância com eventuais falcatruas que o leva hoje a armar setores do seu partido e da base aliada para tentar esmagar a Procuradoria, o Supremo e a imprensa? Não! Lamento ter de escrever que é justamente o contrário: o que move a ação de Lula, infelizmente, é o esforço para proteger os quadrilheiros do mensalão. Uma coisa é certa: outros líderes, antes dele, já deram guarida a bandidos. O PT não fundou a corrupção no Brasil. Mas só Lula e seu partido a transformaram num fundamento ético a depender de quem é o corrupto. Se aliado, é só um herói injustiçado.

Ódio imotivado

E Lula, por óbvio, deveria estar com o coração pacificado, lutando para fortalecer as instituições, não para enfraquecê-las. Um conjunto de circunstâncias — somadas a suas qualidades pessoais (e defeitos influentes) — fez dele o que é. Em poucas pessoas, o casamento da “virtù” com a “fortuna” foi tão bem-sucedido. O menino pobre, retirante, tornou-se presidente da República, eleito e reeleito, admirado país e mundo afora. Podemos divergir — e como divergimos! — dessa avaliação, mas nada disso muda o fato objetivo. Quantos andaram ou andarão trajetória tão longa do ponto de partida ao ponto de chegada?
Lula deveria ser grato aos aliados e também aos adversários. Qualquer um que tenha um entendimento mediano da história sabe como os oponentes ajudam a formar a têmpera do líder, oferecendo-lhe oportunidades. Não há, do ponto de vista do Apedeuta, o que corrigir no roteiro. O destino lhe foi extremamente generoso. Sua alma deveria estar em festa. E, no entanto, ele sai proclamando por aí que chegou a hora de ajustar as contas. Com quem? Com quê?
Não farei aqui a linha ingênuo-propositiva, sugerindo que o ex-presidente deixe a CPI trabalhar sem orientação partidária, investigando quem tem de ser investigado, ignorando que há forças políticas em ação e que é parte do jogo a sua articulação para se defender e atacar. Isso é normal no jogo democrático. O que não é aceitável é esse esforço para eliminar todas as outras — à falta de melhor designação, ficarei com esta — “instâncias de verdade” da sociedade. Instâncias que são, reitero, instituições basilares da democracia.
Lula e seus sectários chegaram ao ponto em que acreditam que o PT não pode conviver com uma Procuradoria-Geral da República que não seja um braço do partido; com um Supremo Tribunal Federal que não seja uma seção do partido; com uma imprensa que não seja uma das extensões do partido. Todos eles têm de ser desmoralizados para que, então, o PT surja no horizonte realizando a sua vocação: SER A ÚNICA INSTÂNCIA DE VERDADE. Na conversa que manteve anteontem com petistas, em que anunciou — POR CONTA PRÓPRIA — que o governo vai avançar sobre a mídia, Rui Falcão, presidente do PT, foi claríssimo:
“(a mídia) é um poder que contrasta com o nosso governo desde a subida do (ex-presidente) Lula, e não contrasta só com o projeto político e econômico. Contrasta com o atual preconceito, ao fazer uma campanha fundamentalista como foi a campanha contra a companheira Dilma (nas eleições presidenciais de 2010).”
Ou por outra: o bando heavy metal do PT considera que as instituições da democracia ocupam o seu espaço vital, sufocam-no. Se o partido foi vitorioso e chegou ao poder segundo os instrumentos democráticos, uma vez no topo, é preciso começar a eliminá-los. Esses petistas entendem a política segundo uma linha supostamente evolutiva de que eles seriam os mais aptos. Qualquer outra possibilidade significa um retrocesso. É um mito da velha esquerda, herdado, sim, lá do marxismo — ainda que o partido não seja mais marxista nos fundamentos econômicos. Da velha teoria, herdou a paixão pelo totalitarismo.

Já vimos isso antes e alhures

Já vimos isso antes na história. Na América Latina, a Argentina assiste a um processo ainda mais agressivo, conforme revela matéria da VEJA na edição desta semana (falo a respeito em outro post). Os regimes autoritários ou a depredação da democracia não surgem sem justificativas verossímeis e sem o apoio de muitos inocentes úteis e inúteis. Procedimentos corriqueiros do jogo democrático e do confronto de ideias começam a ser ideologicamente demonizados para que venham a ser considerados crimes. Voltem à fala de Rui Falcão. A simples disputa eleitoral, para ele, é chamada de “manifestação de preconceito” das oposições. A vigilância que toda imprensa deve exercer numa democracia é tratada como ato de sabotagem do governo. E ninguém estranha, é evidente, que VEJA esteja entre os alvos preferenciais dos autoritários.
Aqui e ali alguns tontos se divertem um tatinho achando que a pinima de Lula e de seus extremistas é com a revista em particular. Não é, não! É com a imprensa livre. Se VEJA está entre seus alvos preferenciais, deve ser porque foi o veículo que mais o incomodou. Então se tira da algibeira a acusação obviamente falsa, comprovadamente falsa, de que a publicação participou de conspirações contra esse ou aquele. Ora, digam aí os nomes dos patriotas, com carreiras impolutas, que foram vítimas desse ente tão terrível (leiam post abaixo). VEJA não convidou os malandros do mensalão a fazer malandragens. Também não patrocinou as sem-vergonhices no Dnit. Também não responde pela montanha de dinheiro liberado que não se transformou nem em estradas nem em obras de reparo. A revista relatou essas safadezas. Com quem falou para obter informações que eram do interesse de quem me lê de outros milhões de brasileiros? Isso não é da conta de Lula! Ele, como sabemos, só dialoga com a fina flor do pensamento… Só que há uma diferença importante: um jornalista que se respeita não fala com vigaristas para ser ou manter o poder. Se o faz, é para denunciar o poder! E assim foi, o que rendeu a demissão de corruptos e a preservação do patrimônio público.
É claro que isso excita a fúria dos totalitários. Na Argentina, a tropa de Cristina Kirchner costuma ser ainda mais criativa — e, em certa medida, grosseira — do que seus pares brasileiros. Por lá, a agressão à imprensa chegou mais longe. Começou com uma rusga com o Clarín, que apoiava o casal Kirchner. Agora, trata-se de um confronto com o jornalismo livre. A exemplo do que ocorre no Brasil, uma verdadeira horda está mobilizada pelo oficialismo para destruir a democracia. Também lá, a subimprensa alugada pelo poder, conduzida por anões morais, ajuda a fazer o serviço sujo.

Voltando e caminhando para a conclusão

Lula e seus extremistas estão indo longe demais! Quando um secretário-geral da Presidência reúne deputados e senadores do seu partido, como fez Gilberto Carvalho, para determinar que o centro das preocupações da CPI deve ser o mensalão, esse ministro já não se ocupa mais do governo, mas de um projeto de esmagamento da boa ordem democrática; esse ministro não demonstra interesse em identificar e pedir que a Justiça puna os corruptos, mas em impedir que outros corruptos sejam punidos. E por quê?
Porque Lula está com ódio? De várias maneiras, o seu conhecido projeto continuísta se mostra, hoje, impossível. Não é surpresa para ninguém que mais apostavam no naufrágio de Dilma algumas alas do PT que nunca a consideraram petista o suficiente do que propriamente a oposição. Estaria eu flertando com o governo, como disseram alguns tontos? Ah, tenham paciência! Não mudei um milímetro a minha avaliação sobre a gestão Dilma Rousseff e sempre escrevi aqui — vejam lá! — que as denúncias de lambanças feitas pela imprensa livre, seguidas das demissões, fariam bem à sua imagem e à sua reputação. Está em arquivo. Sei o que escrevo e tenho, alguns podem lamentar, uma memória impecável. Assim, a presidente não me decepciona porque eu não esperava mais do que isso. Também não me surpreende porque eu não esperava menos do que isso. Contrariados estão alguns fanáticos do petismo que acreditam que há certos “trancos” na democracia que só podem ser dados por Lula. Sim, eles têm razão. Infeliz E felizmente, só Lula poderia fazer certas coisas. E não vai fazê-las. Não se enganem, não! A avaliação de Dilma lá nas alturas surpreende e decepciona os que apostavam no retorno de Lula. Eu não tenho nada com isso porque nunca fui dessa religião… Ou melhor: até fui, quando era menino e pensava como menino, como diria o apóstolo Paulo… Depois eu cresci.
Lula tenta instrumentalizar essa CPI para realizar a obra que não conseguiu realizar quando era presidente: destruir de vez a oposição, botar uma canga na imprensa e “passar a história a limpo”, segundo o padrão do revisionismo petista. Mas a democracia — e ele tantas vezes foi personagem minúscula de sua construção, quando poderia ter sido maiúscula — não vai deixar. Não conseguirá arrastar as instituições em seu delírio totalitário. Tenham a certeza, leitores: por mais que o cerco pareça sugerir o contrário, esse coro do ódio é expressão de uma luta perdida. E a luta foi perdida por eles, não pelos amantes da democracia.