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24 de jun. de 2013

Ghost-writer propõe discurso alternativo a Dilma


de Leandro Ruschel :

Brasileiros e brasileiras, venho hoje a noite abrir o meu coração com vocês e fazer algumas revelações. A verdade é que eu já defendi o uso da violência para fins políticos no passado, inclusive contra a democracia. O meu grupo roubou, sequestrou, matou e hoje eu percebo que tal atitude foi um erro. Portanto eu peço aos jovens que não cometam o mesmo erro que eu e abram mão da violência. Eu farei de tudo para que a força policial combata com toda a energia qualquer ato contrário às leis.

Em segundo lugar eu preciso confessar a vocês que eu nunca fui uma boa gestora, isso foi inventado pelos marqueteiros. Em todas as experiências de gestão que tive fui um fracasso. Pretendo corrigir esta falha contratando os melhores profissionais de cada área para assumir os ministérios. Inclusive farei um corte e ficarei apenas com 12 ministérios.

Errei ao fazer um acordo com Lula, não serei mais o poste dele. Agora percebi que na verdade ele usa todo o poder dele para detonar o meu governo, assim ele pode se candidatar novamente para presidente no ano que vem. Com o tempo descobri que o PT é um partido que não tem verdadeiramente uma ideologia. Quando eu era comunista pelo menos acreditava naquela história de uma sociedade mais justa. O PT só quer usar essa bandeira para chegar no poder e manter o poder.

Os meus assessores mais próximos cometeram desvios porque essa é a regra no partido, não a exceção. Eu disse para eles que seria um erro o partido defender os condenados no mensalão, mas eles não quiseram saber. Diziam que era só dar mais bolsas e uma copa do mundo que o povo ficaria quieto. Vou parar de me esforçar para indicar juízes do Supremo que melem o julgamento.

Também confesso que não entendo nada de economia. Eu queria o Palocci dando as cartas, mas ele era tão corrupto que não consegui mantê-lo. O Mantega garantiu que tínhamos caixa para continuar a farra do crédito até 2014 e os investidores internacionais aguentariam mais algumas intervenções e controle sobre o câmbio, mas o Bernanke resolveu desligar a impressora e o plano foi por água abaixo. O Arno Augustin disse que daria uma boa maquiada nas contas mas o mercado descobriu e pegou mal. Achei que liberando grana para alguns grandes empresários via BNDES estaria tudo certo, inclusive a grana para a próxima eleição, mas agora eles já estão querendo apoiar o Aécio. E os especuladores da bolsa teimam em não acreditar nas minhas mentiras! Juro que aprendi a lição, vou chamar o Meirelles para arrumar a casa e vou deixar de brincar de economista.

Não aceitarei mais fazer acordo no congresso com essa banda podre e antiga que controla o país desde sempre. A partir de agora vou deixar um microfone aberto para gravar todas as conversar que tenho com Sarney, Renan e outros corruptos. Não mais colocarão a faca no meu pescoço por mais verbas para desviarem. Eu percebi que eles querem cargos, ministérios e estatais para poderem desviar mais dinheiro. Por isso vou privatizar todas as estatais. Além de ser a decisão mais acertada, não precisarei mais inventar outros nomes para as privatizações que eu já fiz. Cortarei 50% dos cargos públicos em todos os poderes e com isso cortarei os impostos para os cidadãos que realmente produzem.

Não vou mais enrolar as pessoas com essa reforma política que o PT defende. O que o meu partido realmente quer é verba pública de campanha e lista fechada para impedir que novos nomes entrem no cenário além de não terem o trabalho de ter que desviar os recursos. A partir de agora defenderei a reforma política com voto distrital, que baixaria o custo das campanhas e criaria uma verdadeira representação do povo em cada distrito com o seu candidato eleito.

Para combater o crime lutarei por uma reforma do código penal que aumenta sensivelmente as penas e investirei tudo que eu puder em mais polícia e mais presídios. O cidadão brasileiro não tem dezenas de seguranças como eu e não pode ficar a mercê da bandidagem livre nas ruas. A corrupção será considerada um crime hediondo com pena de 30 anos. Revogarei esse absurdo chamado progressão de pena, que hoje serve apenas para deixar bandidos livres nas ruas.

Não mentirei mais para vocês sobre os médicos cubanos. Nem médicos eles são...na verdade queríamos trazer agentes cubanos para dar sequência à estratégia do tio Fidel de transformar a América Latina numa grande ilha comunista. Por enquanto só o Chávez realmente conseguiu. A Kirchner quase conseguiu, mas os argentinos ainda resistem. Mas agora percebi que não temos o povo na mão e os brasileiros não engulirão a estratégia do Foro de São Paulo. Nem MST nem MPL ou outras ONG's compradas vão resolver isso.

Brasileiros e brasileiras, peço desculpas em nome do meu partido por tudo que NÃO fizemos até hoje. Na verdade surfamos a onda das reformas bem feitas pelo FHC por um cenário internacional muito positivo para inflar uma falsa riqueza baseada no crédito fácil, no consumo e em bolsas. Não investimos em educação porque sabíamos que o povo burro seria o nosso trunfo. Mas com esses protestos eu entendi e vamos mudar. Por favor me deem uma nova chance.

Presidenta Dilma Rousseff

(plotado por R.R.Dias)

Revoltados e atrasados

por Guilherme Fiúza

O melhor diagnóstico até agora sobre as manifestações de rua veio do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência. Ele disse que as revoltas são estaduais e municipais. Não deixa de ser um alívio. Quem quiser ficar a salvo da confusão, já sabe: refugie-se no Brasil federal. Nada de ficar vagando pelo Brasil estadual e municipal, porque esse anda muito perigoso, cheio de gente insatisfeita e nervosa. No Brasil federal não, está tudo tranquilo.

Por sorte, Dilma Rousseff também está no Brasil federal, portanto a salvo do tumulto. Desse lugar calmo, sem culpa, a presidente disse que o que os manifestantes querem é o que o governo quer. São praticamente almas gêmeas. “O meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Está empenhado e comprometido com a transformação social”, informou Dilma. Disse que passeata é uma coisa normal, que ela mesma já fez muito. Parecia prestes a botar uma mochila nas costas e ir para a Avenida Paulista fazer a transformação social.

E mostrou sua visão de estadista: “Essa mensagem direta das ruas contempla o valor intrínseco da democracia”. Às vezes a presidente exagera na erudição. Vai acabar deixando Luís de Camões encabulado. Ela já explicara que o combate à inflação “é um valor em si”, demonstrando conhecimento profundo sobre as coisas da vida e seus valores intrínsecos: “Essa mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido de dinheiro público”, acrescentou Dilma, praticamente uma porta-voz dos revoltosos contra tudo isso que aí está.

Olhando para o circo, só há uma conclusão possível: os revoltosos – os do passe livre, os dos 20 centavos, os do Ocupem Wall Street sucursal brazuca, os do turismo cívico e os do civismo vândalo – merecem Dilma Rousseff. Repetindo: os revoltosos merecem Dilma Rousseff. Ou mais que isso: são cúmplices dela, pois estavam sentadinhos em casa enquanto a grande líder mulher brasileira perpetrava suas obras completas de explosão das finanças públicas – a céu aberto, para quem quisesse ver. Agora a inflação está doendo no bolso? Tarde demais, meus queridos justiceiros.

Essa “presidenta” que vive lá na calmaria do Brasil federal com seus 40 ministérios (contando com o do marketing, de João Santana, o único essencial) presidiu, entre outras festas, a distribuição de dinheiro público para o milagre da multiplicação de estádios da Copa. Em São Paulo, numa jogada comandada por Lula e seus amigos empreiteiros (que ele representa no exterior), o histórico Morumbi foi mandado para escanteio. Em seu lugar surgiu o Itaquerão, novinho em folha, presente do ex-presidente ao seu clube do coração. Um mimo de 1 bilhão de reais. Sabem de onde vem esse dinheiro, bravos manifestantes?

Exato: dos vossos bolsos. E onde estavam vocês quando nos esgoelávamos aqui da imprensa sobre essa gastança populista (protegida por índices lunáticos de aprovação da “presidenta”), avisando que a conta ia chegar? Vocês não lêem jornal?

Onde estavam vocês quando a CPI do Cachoeira – com revelações da imprensa – estourou o esquema da Delta, a empreiteira campeã de obras superfaturadas do PAC? Vocês sabiam que mais esse ralo de dinheiro público do governo popular ficou impune, porque a CPI foi asfixiada por Dilma e sua turma? Por que vocês não saíram às ruas para gritar contra esse golpe?

Onde estavam vocês quando a “faxineira” asfixiou a CPI do Dnit e a investigação do maior foco parasitário de um governo que – no seu primeiro ano! – teve que demitir sete ministros suspeitos? Vocês não desconfiaram de nada? Vocês não leram que o dinheiro de vocês estava escoando para ONGs de fachada em convênios fantasmas? Vocês não viram essa praga espalhada por vários ministérios do governo popular, apesar de a imprensa esfregar o escândalo na cara do Brasil? Vocês não notaram que a tecnologia do mensalão (privatização partidária do dinheiro público) nunca saiu de cena, de Dirceu a Rosemary?

Vocês chegaram tarde, meus caros revolucionários. Quando o bolso dói é porque o estrago nas contas públicas já é grande. Bem, antes tarde do que nunca. Mas prestem atenção: entendam logo o que vocês estão fazendo nas ruas, senão suas passeatas em breve estarão no mesmo museu dos escândalos que vocês não viram.

22 de jun. de 2013

A vaia

por Luiz Osório Marinho Silva

Talvez, neste país sem cidadania, esteja me tornando um velho anarquista, mas com o ardor da indignação de um jovem adolescente, em prol do que é certo e justo.Vaiei a incompetência, a desonestidade, a corrupção, a enganação, a mentira.Vaiei as obras inacabadas, superfaturadas, mal feitas, não fiscalizadas.Vaiei a insegurança dos cidadãos brasileiros, as péssimas condições da saúde pública, a ineficiência do sistema educacional.Vaiei a falta de boas estradas, portos e aeroportos.Vaiei a carência de saneamento básico, os apagões de energia elétrica,o caos das grandes cidades.Vaiei a utilização política de empresas estatais e de economia mista,com recursos financeiros mal aplicados ou utilizados de maneira inescrupulosa, ocasionando graves prejuízos, como os verificados na Petrobras.

Vaiei o estímulo à luta de classes, à invasão de propriedades particulares e à desagregação da sociedade. Vaiei os programas eleitoreiros, disfarçados em projetos sociais, sem nenhuma contrapartida, que objetivam apenas a conquista de votos para a manutenção do poder.Vaiei o retorno da inflação, o aumento brutal da dívida interna, a quebra do equilíbrio fiscal.Vaiei o aniquilamento de nossa indústria, os malefícios à agropecuária,a perda da competitividade internacional.Vaiei os cartões corporativos e o alto custo da máquina governamental,com os seus trinta e nove ministérios, criados, em sua maioria, apenas para abrigar políticos obscuros e os interesses dos partidos da base aliada.

Vaiei o aparelhamento do Estado, inclusive o da mais alta corte do Poder Judiciário, por pessoas ligadas ao partido político da"presidenta".Vaiei a tentativa de mudar a verdadeira História do Brasil, com a instalação de uma Comissão, que de verdade só tem o nome.Vaiei a subordinação da política externa brasileira aos ditames do Foro de São Paulo, com o país caudatário das decisões de governos populistas e ditatoriais da América Latina. Vaiei as tentativas de macular as Forças Armadas, de silenciar a imprensa, de implantar, paulatinamente, o comunismo no Brasil, travestido agora com o nome de socialismo bolivariano.Vaiei os políticos demagogos, oportunistas, mentirosos, corruptos e adúlteros. Vaiei os seguidores de falsos profetas, os aproveitadores, os bajuladores, de todas as espécies.

Vaiei os inocentes úteis, os conformados, os omissos.Vaiei, finalmente, todo o mal que, nos últimos dez anos, o partido político, que se dizia ético, fez ao meu país.

Que a estrondosa vaia seja o prenúncio de outros tempos, de esperança e de confiança em um novo Brasil, verdadeiramente grandioso e justo para o seu povo.

E ESSA PETRAPORCALHADA AINDA VEM COM HISTÓRIAS DE CAROCHINHA ALARDEANDO QUE A VAIA NÃO ERA NEM PARA DILMA NEM PARA LULA NEM PARA O PT


Brasília, 17 de junho de 2013.

16 de jun. de 2013

O que o museu tem a ver com educação?

por Leonel Kaz
Essa pergunta do ministro da Educação, Aloízio Mercadante, na imprensa e repercutida na Coluna do Noblat (3/6) do Globo, merece algumas ponderações. Faço uma dezena delas:
1. Museu é lugar para se entrar de corpo inteiro, tridimensionalmente, com todos os sentidos despertos. Cada obra de arte ou objeto exposto nos convida a olhá-lo, a partilhar dele, a se entregar a ele. Esse é o caminho da educação de qualidade: permitir que a vida nos invada e que o objeto inanimado ganhe um vislumbre novo, a cada dia, em cada visita. O Grande Pinheiro, tela de Cèzanne no Masp, pode ser vista cem vezes e, a cada vez, será diferente da outra; o quadro, de certa forma, muda, porque muda o mundo e mudamos nós também.
2. Museu é lugar, portanto, de olhar de forma distinta para as coisas. E para os seres também. É lugar de aprender a olhar com outro olhar para o outro (que quase nunca o vemos), para a escola (que pode ser, a cada dia, diferente do que é habitualmente) e para a cidade (que tanto a desprezamos, porque parece não nos pertencer).
3. Museu é lugar de entrar e dizer: é nosso! Museus são lugares de coleções, e as cidades, também. Cidades são escolas do olhar, pois nos permitem colecionar tudo de nossa vida: os dias que passam, a família que reunimos, os amigos que temos e ainda os bueiros da rua e as janelas que vislumbramos em nosso caminho diário (elas falam de épocas diferentes, narram histórias distintas). A cidade é a história.
O Museu de Arte de São Paulo (MASP) (Foto: O Globo)
4. Museu é lugar onde a cidade (a história) se reconta. Rebrota. Onde ela nos faz crer que, para além do mero contorno do corpo, existimos. Criamos uma identificação com aqueles fatos e pessoas que ali estão, que nos antecederam em ideias, pensamentos e sentimentos. Que ajudaram a criar “o imaginário daquilo que imaginamos que somos”, como definiu o poeta Ferreira Gullar. É dentro da plenitude deste imaginário que o Museu nos reaviva a memória e o fulgor da boa aula.
5. Museu é o lugar do mérito, onde peças e imagens entraram porque mereceram entrar, porque foram, em algum momento, singulares. Elas estão ali para nos apontar que cada qual que as visita pode ter sua singularidade, e que ninguém precisa ser prisioneiro dos preconceitos do mundo. Museu é onde a cultura aponta à educação que tanto um como o outro foram feitos para reinventar o modo de ver as coisas.
6. Museu é lugar para se abandonar a parafernália eletrônica, os iPads, iPhones e Ai-ais e permitir que obras e imagens que lá se encontram repercutam em nós. Num museu somos nós os capturados pelos objetos, somos nós o verdadeiro conteúdo de cada museu, com a capacidade de transformar e sermos transformados pelo que nos cerca.
7. Museu é lugar para criar um vazio entre o olhar que vê e o objeto que é visto. Um vazio de silêncio. Um vazio que amplia horizontes de percepção. Assim, o professor deixa de ser professor e passa a ser o que verdadeiramente é: um inventor de roteiros, um “possibilitador” de descobertas. É lugar de aluno, com a ajuda dos mestres, revelar potencialidades insuspeitas, tantas vezes esmagadas pelo caráter repressor das circunstâncias que o cercam.
8. Museu é lugar de experiência. Tudo o que é pode não ser: há uma mágica combinatória em todas as coisas, como as crianças nos ensinam. Tudo pode combinar com tudo, independentemente de critérios, ordenamentos, hierarquias. A ordem do museu pressupõe a desordem do olhar.
9. Museu é ainda lugar de coleções (embora a internet seja, hoje, o maior museu do mundo). Assim, o museu não é mais apenas um espaço físico, assim como a escola não o é. A cidade toda é uma grande escola. O Museu é uma de suas salas de aula.
10. Museu é o lugar em que “a criança se educa, vivendo” como nos ensinou, desde 1929, o educador Anísio Teixeira, ao falar da escola.

15 de jun. de 2013

Respeitem a História!

por Percival Puggina

Durante a maior parte do século 20 as organizações comunistas sequer cogitavam tomar o poder por outro modo que não a luta armada. A dúvida era sobre onde começá-la. No campo ou na cidade? Marx, com aquela segurança de quem julga conhecer tanto o futuro que o descreve como déjà vu, previra o protagonismo do operariado. Os fatos, também nisso, o desmentiram. Era no campo que as coisas aconteciam numa época em que aqueles movimentos não apostavam no carteado do jogo democrático. Aliás, abominavam-no. A ditadura do proletariado exigia virar a mesa e sair no braço. Por isso, desde os anos 20, planejavam e ensaiavam levantes armados. A sirene de alarme disparou mais intensamente, no Brasil, nos anos 60, quando Fidel passou a exportar revolução. Desde então, a Guerra Fria ferveu em todos os países da região. Respirava-se revolução. Março de 1964 teve tudo a ver com isso.

Na Europa e nos Estados Unidos, a Guerra Fria se travava entre dois lados. EUA versus URSS. Pacto de Varsóvia versus OTAN. Na América Latina era pior. Era ebulição interna, fervente, no âmbito de cada país. Dê uma pesquisada na rede, leitor, e encontrará o que vários historiadores comunistas escreveram sobre aquele ânimo revolucionário. Afirmar que a esquerda foi às armas como reação à repressão inverte as relações de causa e efeito.

Os crimes cometidos pelas partes - violência, tortura, "justiçamentos", terrorismo, sequestros, abusos de poder e o empenho em preservá-lo por duas décadas, constrangem e revoltam. É história triste. Passado que não se pode mudar. Cabe aos pesquisadores, historiadores, jornalistas, com irrestrito acesso aos documentos, escrever essa história conforme cada um a sentir, compreender e interpretar. Mas é certo: tivessem os comunistas vencido, as 356 mortes de militantes e as 120 por eles causadas seriam multiplicadas por milhares.

A ideia de instituir uma Comissão da Verdade para "efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional" é disparate. Primeiro: porque a verdade não é coisa que se prometa entregar pronta e encadernada. É algo que se busca. A garantia de encontrar, portanto, é charlatanice. Segundo: porque conceder a uma só pessoa, a presidente Dilma, o poder de escolher, a ponta de dedo e caneta, seus sete auditores da História, empregando-os a soldo na Casa Civil, é - isto sim! - medo da verdade. Terceiro: porque aceitar tão unilateral encargo, assumindo-se como caminho, verdade e vida para os anais da História vale por confissão de falta de princípios. É emprestar o nome para uma farsa, em troca de dois vinténs de fama e contracheque. Quarto: por fim, o que menos interessa à Comissão é reconciliação. Reconciliação quem fez foi a festejada Anistia. Ampla, geral e irrestrita.

Nossos governantes não incluem a verdade na lista de seus amores. A evidência dispensa prova. Preferem encomendar versões. Nada sabem sequer do que fazem. Ignoram a verdade sobre o tempo presente e tratam de transfigurá-la no próprio passado. Com História não se brinca! Menos ainda se põe sob o braço e se sai andando com ela por aí, como se fosse coisa da gente. Não é. É História. Ponto. A nenhum partido político, a nenhum comissariado ou comissão é dado oficializá-la ao gosto ou usá-la como serventia. Ela não se presta, saibam, para transformar bandidos em heróis nem doutrinas totalitárias em faróis da democracia e do humanismo.

publicado no ZERO HORA de 16 JUN 2013
plotado por C.A.D.C.

14 de jun. de 2013

Será?


Pode ser. Ninguém sabe no que isso vai dar (nem pra que lado...)
Mas o badernaço, particularmente em São Paulo, fez um espirituoso sair com essa: "cada um tem o maio de 68 que merece"...

Já uma análise mais aprofundada, de comentarista anônimo, diz assim:

Quem ganha (política e estrategicamente) com os protestos em SP: a “nova esquerda”, a esquerda PSOL, a esquerda Idelber, que aproveita o momento para desmascarar o PT e mostrar que ainda é possível lutar por pautas utópicas — basta mudar de lado e acreditar no socialismo verdadeiro.
É preciso esclarecer o seguinte: em primeiro lugar, esse movimento que depreda ônibus e bloqueia avenidas é um elogio à destruição e ao caos, um ataque a princípios básicos do estado democrático, e uma ofensiva francamente autoritária de gente que se outorga o direito de representar “os pobres” porque julga compreender os interesses deles melhor do que eles próprios. É também um movimento de cooptação por meio do qual lideranças partidárias e manifestantes profissionais manobram uma massa de imbecis que não entendem absolutamente nada sobre o que está acontecendo mas gostam de se aproximar do rótulo de “cidadão consciente” (embora sejam “apartidários”, claro).

Em segundo lugar, os queimadores de lixeira, destruidores de estações de metrô, incendiários de túneis, vândalos e PSOListas de hoje são o PT de ontem. Amanhã, quando estiverem mais perto do poder, os militantes do PSOL agirão exatamente como agem os do PT. É preciso mostrar às pessoas que o cair da máscara petista é o cair da máscara de todo um método de pensamento, que é o método esquerdista. Acreditar que existe alguma verdade, justiça ou clamor democrático na voz de quem vai pra Paulista agitar bandeira do PSOL enquanto se lamenta o fato de que o PT abandonou a luta é ingenuidade, é cometer o mesmo erro duas vezes, e nós precisamos deixar isso muito claro sempre que o assunto estiver sendo debatido.


9 de jun. de 2013

Biblioteca digital BRASILIANA



Lá (aqui) se encontram preciosidades como a edição 174 do Correio Braziliense, de novembro de 1822, que trazia sob o título POLÍTICA, subtítulo REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVES, o

"Manifesto do Principe Regente do Brazil aos Governos e Naçoens amigas"

Desejando eu, e os povos, que me reconhecem como seu Principe Regente, conservar as relaçoens politicas e commerciaes com os Governos, e Naçoens Amigas deste Reyno, e continuar a merecer-lhes a approvaçaõ e estimaçaõ, de que se faz crédor o caracter Brazileiro cumpre-me expor-lhes succinta, mas verdadeiramente, a série dos factos e motivos, que me tem obrigado a annuir à vontade general do Brazil, que proclama à face do Universo a sua Independencia politica; e quer, como Reyno irmaõ, e como naçaõ grande e poderosa, conservar illesos e firmes seus imprescriptiveis direitos, contra os quaes Portugal sempre attentou, e agora mais que nunca, depois da decantada Regeneraçaõ politica da Monarchia, pela Côrtes de Lisboa.
(...)

Made in Brazil


Mostrando o mundo



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6 de jun. de 2013

Chuva sem água

Melhor ver de olhos fechados...
(Enviado por M.M.G.)

Comandando máquinas com o pensamento

A reportagem e o vídeo abaixo abrem novos horizontes.



Em um ginásio esportivo nos EUA, um pequeno quadricóptero (um helicóptero sustentado no ar por quatro hélices) percorre um circuito de obstáculos sem se chocar com nenhum deles. A cena seria trivial no aeromodelismo não fosse por um detalhe: seu voo é guiado apenas pela força do pensamento de voluntários, dispensando o uso do tradicional controle remoto manual. Desenvolvida na Universidade de Minnesota, a tecnologia representa mais um avanço nas chamadas interfaces cérebro-máquina (BCI, na sigla em inglês), que, no futuro, poderão ajudar pessoas paralisadas ou amputadas a mover membros mecânicos, cadeiras de roda ou até exoesqueletos inteiros só com o poder da mente.

Como um eletroencefalograma
Responsável pelo experimento, cujos resultados foram publicados ontem no “Journal of Neural Engineering”, Bin He, professor da faculdade de Ciências e Engenharia da universidade, destaca que, além da precisão, o novo sistema tem a vantagem de ser não invasivo, já que para controlar o quadricóptero os voluntários tiveram apenas que vestir uma touca equipada com 64 eletrodos para medir suas ondas cerebrais, como em um eletroencefalograma (EEG). Com isso, diz He, a tecnologia fica mais barata, simples e segura, pois não são necessárias cirurgias e hospitalização para ser usada, por exemplo.

- Pesquisadores em outros lugares usaram chips implantados no córtex motor do cérebro para movimentar um cursor em uma tela ou um braço robótico, mas aqui temos a prova de que uma interface não invasiva com base em EEGs do escalpo pode ter um desempenho tão bom quanto um chip invasivo - afirma.

- Queremos desenvolver algo que possa beneficiar muitas pessoas e não apenas alguns pacientes e este avanço nos coloca mais perto de aplicações práticas para essas interfaces que, creio, terão um alcance muito maior do que os implantes de chips.

Segundo He, o sistema funciona tão bem graças ao melhor conhecimento que sua equipe adquiriu da “geografia” do córtex motor humano por meio de exames de ressonância magnética funcional (fMRI, também na sigla em inglês). Quando mexemos um braço, mão ou perna, ou mesmo só pensamos em movimentá-los, os neurônios desta região do cérebro produzem pequenas correntes elétricas. E como cada movimento específico ativa grupos diferentes de nerônios, eles podem ser captados e traduzidos em ordens para o quadricóptero ir para um lado ou outro ou para cima e para baixo.

- Fomos os primeiros a usar o MRI funcional e EEGs para mapear os locais no cérebro onde os neurônios são ativados quando imaginamos movimentos, e agora sabemos de que regiões do córtex motor os sinais virão - conta.

Mapa cerebral dos movimentos
O mapeamento feito pela equipe de He mostrou que se ver cerrando os punhos (com uma mão de cada vez ou ambas) produzia os sinais mais fáceis de serem distinguidos no cérebro. Assim, quando os voluntários pensavam em fechar a mão direita, o quadricóptero ia nesta direção, o mesmo acontecendo com a mão esquerda. Já para ordenar que o aeromodelo subisse ou descesse, eles se imaginavam cerrando ou abrindo as duas mãos juntas, respectivamente.

- Este conhecimento sobre que tipos de sinais são gerados por que tipo de movimento imaginado nos ajudou a refinar o sistema para controlar objetos voadores em tempo real - explica He.

Para percorrer o circuito sem erros, no entanto, os voluntários do experimento tiveram que passar por um treinamento. Primeiro, eles aprenderam a controlar um cursor em movimento unidimensional em uma tela de computador, depois em movimentos bidimensionais e, por fim, manejaram um helicóptero virtual em um voo simulado tridimensional. Nem todos os candidatos a “pilotos”, porém, conseguiram tirar o “brevê” para guiar o quadricóptero, o que He suspeita ter acontecido por terem um nível mais baixo de consciência corporal, já que pesquisas anteriores demonstraram que praticantes de yoga, por exemplo, têm melhor desempenho.

- Ainda não entendemos bem por que isso acontece, mas esta é uma possibilidade - considera.

Ao todo, cinco dos 12 voluntários iniciais - três mulheres e dois homens - dominaram a tecnologia e guiaram o quadricóptero enquanto viam imagens transmitidas por uma câmera instalada nos aeromodelos, que, em breve. He pretende usar para permitir que pessoas paralisadas e presas em casa possam “passear” pelo mundo.


Fonte: aqui

1 de jun. de 2013

Leito de rio em Marte

A sonda Mars Express, da Agência Espacial Européia e da Agência Espacial Italiana, orbitando Marte captou esta imagem, que sugere um leito de rio.


Observe-se que há um afluente na margem superior, que pode ser visto de outro ângulo na imagem abaixo.
O provável leito de rio é conhecido como Reull Vallis e percorre sinuosamente 1.500 km do território marciano. No ponto fotografado o canal tem cerca de 7 km de largura e 300 m de profundidade.


Mais detalhes no site Inovação Tecnológica.